movimento ordem vigília contra corrupcao

sábado, julho 07, 2007

A FORTUNA DE RENAN: DE GADO A TUBAÍNA

Revista Veja
A fortuna de Renan Calheiros e de sua família não pára de crescer. Somente uma transação com a cervejaria Schincariol rendeu 17 milhões de reais de lucro aos Calheiros, num negócio crivado de estranhezas. Na semana passada, VEJA encontrou outro negócio no qual os Calheiros merecem medalha de ouro. Trata-se de uma fábrica de tubaína, construída em 2003, que, nas avaliações mais otimistas, vale menos de 10 milhões de reais.

Em maio do ano passado, porém, os Calheiros conseguiram vendê-la à Schincariol, a segunda maior cervejaria do país, por 27 milhões de reais. Um negócio estupendo. Em 2003, o deputado Olavo Calheiros, irmão do senador, resolveu abrir a Conny Indústria e Comércio de Sucos e Refrigerantes, em Murici, no interior de Alagoas, terra natal dos Calheiros. Ganhou, de graça, um terreno de 45.000 metros quadrados, avaliado em 750.000 reais.

O doador foi a prefeitura de Murici, na época comandada por Remi Calheiros, irmão de Olavo e Renan. A prefeitura também deu à fábrica isenção por três anos no pagamento de água, insumo essencial para uma fábrica de refrigerantes. Com terreno e água de graça, Olavo bateu à porta do Banco do Nordeste, o BNB, e conversou com o gerente José Expedito Neiva Santos, que fez gestões junto ao BNDES para conceder ao deputado um empréstimo de 6 milhões de reais, com vencimento em vinte anos. O gerente Expedito Santos aceitou, como garantia do empréstimo, a escritura de uma fazenda que o Ministério Público suspeita ser falsificada.

Concluído o empréstimo, o gerente, por indicação de Renan Calheiros, foi promovido a superintendente estadual do BNB em Alagoas. Com fábrica instalada, água e terreno de graça e dinheiro para pagar em duas décadas, a Conny, ainda assim, foi um completo fracasso. Três anos depois, só vendia refrigerantes na região de Murici. Tinha apenas 0,1% do mercado nordestino. Devia 150.000 reais em contas de luz, não pagava o empréstimo e já devia 9,9 milhões de reais ao BNDES.

A situação era tão lamentável que a fábrica recorria contra dívidas irrisórias. Entrou com ação judicial para não pagar a anuidade de 1.600 reais ao Conselho Regional de Química. Também foi à Justiça para não pagar 3.600 reais por ano de taxa de fiscalização ao Ibama, o órgão que cuida do meio ambiente. Sofria até ação de cobrança do Inmetro, que fiscaliza o padrão e a qualidade dos produtos no país. O Inmetro cobrava 900 reais da fábrica dos Calheiros. Com as contas no vermelho e prestes a fechar as portas, a fábrica conseguiu ser negociada por 27 milhões de reais. Olavo pagou as dívidas – e embolsou 17 milhões de reais, limpinhos, conforme a Secretaria de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda, que autorizou o negócio.

Na época, a Schincariol explicou que comprara a fábrica para expandir sua presença no mercado nordestino. Pagou um preço exorbitante. Um especialista no setor ouvido por VEJA diz que se constrói uma fábrica semelhante à da Conny com 10 milhões de reais – menos da metade do que a Schincariol desembolsou. Em junho passado, a mesma Schincariol comprou a Indústria de Bebidas de Igarassu, no interior de Pernambuco, que fabrica a cerveja Nobel.

A Igarassu é maior do que a fábrica dos Calheiros, tem 10% do mercado de Pernambuco e capacidade para produzir 5 milhões de litros por mês, contra 4,5 milhões da fábrica dos Calheiros. Ainda assim, mesmo sendo maior e mais importante, a Igarassu saiu por 10 milhões de reais. Em janeiro passado, a cervejaria Baden Baden, de Campos do Jordão, no interior paulista, famosa por fabricar cerveja artesanal, também foi adquirida pela Schincariol. A Baden Baden faturava 5,5 milhões por ano e vinha aumentando sua participação no mercado de produtos sofisticados. Saiu por 30 milhões de reais, apenas um pouco a mais do que a Conny dos Calheiros.

A pergunta que fica é: por que a Schincariol pagou tanto à família Calheiros?
As atividades do senador Renan Calheiros em Brasília podem ser uma pista. Depois que a fábrica em Murici foi vendida, o senador interessou-se pelas dificuldades da Schincariol em Brasília, já que, um ano antes, seus cinco dirigentes haviam sido presos pela Polícia Federal sob acusação de sonegação de 1 bilhão de reais.

O senador esteve pelo menos três vezes no Ministério da Justiça para saber dos desdobramentos da Operação Cevada, que prendeu os donos da cervejaria. Também andou visitando a cúpula do INSS, que planejava executar dívidas previdenciárias de cerca de 100 milhões de reais da Schincariol. As dívidas, como que por mistério, não foram executadas até hoje. Ou melhor: o INSS executou, sim, mas apenas uma dívida de 49.700 reais.

Renan Calheiros andou, também, pela Receita Federal, onde chegou a falar sobre uma multa milionária que o órgão aplicaria à Schincariol. Sabe-se lá por quê, até hoje a empresa não sofreu multa milionária nem a cobrança do 1 bilhão de reais sob suspeita de sonegação. Melhor que isso: a Receita, em vez de manter a contabilidade da dívida centralizada, pulverizou-a pelos seis estados onde a Schincariol tinha fábrica na época. Isso complica e retarda uma cobrança de dívida.

Na semana passada, depois da sessão do Senado em que os parlamentares pediram o afastamento de Renan Calheiros, o Conselho de Ética voltou a trabalhar, escolhendo três relatores para o caso. Decidiram completar a perícia da Polícia Federal sobre a papelada dos negócios do senador e analisar a evolução do seu patrimônio.

A venda da fábrica em Murici, formalmente, está fora da investigação porque foi um negócio do deputado Olavo Calheiros, e não do senador. No entanto, os negócios de ambos se entrecruzam o tempo todo. Um compra fazenda do outro. Um arrenda terras para o outro. O gado de um anda na fazenda do outro, e vice-versa. Os dois também se revezam no Congresso quando se trata de despejar dinheiro na obra do Porto de Maceió, tocada pela empreiteira Mendes Júnior.

Em 2001, 2002 e 2003, o deputado fez emendas para a Mendes Júnior. Nos anos seguintes, 2004 e 2005, foi a vez do senador. Sob esse aspecto, a modesta fábrica de tubaína em Murici que conseguiu ser negociada por 27 milhões de reais poderia despertar a atenção dos membros do Conselho de Ética.

A suspeita que o negócio desperta é a seguinte: será que, além de usar o lobista da Mendes Júnior, o próprio senador Renan Calheiros se converteu num lobista da cervejaria Schincariol? Ninguém sabe, mas há duas certezas na história. Uma delas é que a cervejaria tem apreço pela família Calheiros, tanto que foi a principal financiadora da campanha do deputado Olavo Calheiros e do seu outro irmão, o deputado Renildo Calheiros. Ambos receberam 200.000 reais da empresa. A outra certeza é que os irmãos atuam como líderes da bancada da cerveja, composta de 41 parlamentares que defendem os interesses do setor.

A Schincariol diz que vai começar em breve a fabricar o suco Skinka em Murici, mas prefere não fazer nenhum comentário sobre sua relação com o senador Renan Calheiros e seus irmãos deputados. Reportagem de Ricardo Brito -

A ESPERTEZA DE RENAN
Depois de ter paralisado a agenda do Congresso, como se o Brasil pudesse e tivesse tempo a perder com suas lambanças imundas, o desavergonhado Renan Calheiros, agora vem com mais uma palhaçada. Com receio de ser acusado de paralisar as investigações do Conselho de Ética no
recesso, o Renan Calheiros, trabalha nos bastidores para adiar votação da LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias). Pelo regimento do Congresso, o recesso parlamentar só pode ter início depois da aprovação da lei.

LOROTA PURA, GENTE. PURÍSSIMA. (Por Noblat)
Renan está com medo do boicote.

“O problema é outro. Para votar a LDO, Câmara dos Deputados e Senado têm que se reunir em sessão conjunta. Quem preside sessão do Congresso é o presidente do Senado. Ocorre que deputados do PV, PSDB, DEM, PPS e PDT já avisaram a Renan: não o aceitarão na presidência. Se ele se arriscar a presidir, os deputados promoverão um barulho danado e depois negarão quorum para votação.

Caso Renan delegasse a tarefa de presidir a sessão ao vice-presidente da Câmara, se diria que ele fugiu do pau. Que na prática está impedido de exercer suas funções devido ao escândalo em que se meteu. Então ele prefere deixar a votação da LDO para o segundo semestre, obrigando o Congresso a funcionar no período de recesso. Isso implica em despesas extras. Mas Renan está pouco se lixando.

LULA QUER SILAS
SUCESSÃO DE ESCÂNDALOS
Na semana passada, o ex-ministro de Minas e Energia Silas Rondeau, que perdeu o cargo em meio a denúncias de ter recebido propina da empreiteira Gautama (Operação Navalha), recuperou o orgulho. O Lula concluiu que nada foi provado contra ele e vai reconduzi-lo ao cargo. A bancada do PMDB no Senado, que o abandonara à própria sorte, promoveu um almoço para comemorar a decisão. Mas a Polícia Federal ainda pretende indiciar Rondeau. Nota de Felipe Paturi da Veja

PARA PF, HÁ PROVAS FORTES CONTRA EX-MINISTRO
Os agentes da Polícia Federal que participaram da Operação Navalha reprovam a articulação do Planalto para levar Silas Rondeau de volta às Minas e Energia e insinuam que há mais provas contra o ex-ministro. Para a PF, já é “robusto” o conjunto de provas envolvendo o ministério com a máfia das obras públicas.

Um delegado da PF que participou da investigação disse ao Estado que o governo corre sério risco de desgaste político se reempossá-lo no Ministério de Minas e Energia sem esperar parecer do Ministério Público e a decisão da Justiça.

A PF mantém a convicção de que Rondeau teria sido beneficiário de suborno de R$ 100 mil entregues por Maria de Fátima Palmeira, diretora da empreiteira Gautama, pivô do esquema, a Ivo de Almeida, assessor da pasta. O envolvimento do ministro estaria caracterizado não só com a entrega do dinheiro a Ivo, mas no seu cruzamento com outros dados, como escutas telefônicas, agendas, objetos periciados e o rastro do dinheiro, seguido desde o saque em uma agência em Salvador até o momento da entrega.

O dinheiro da corrupção, diz a PF, não estava na pasta que Fátima levava na mão no dia da entrega, mas na bolsa de couro a tiracolo. Para a PF, é isso que mostra o circuito de TV do ministério. O Estado de São Paulo

O SUPLENTE É PIOR QUE O TITULAR
O senador Gim Argello, que assume no lugar de Roriz, também é acusado de corrupção e responde a processos por superfaturamento, grilagem e crime contra o sistema financeiro. Revista IstoÉ – Leia reportagem de Hugo Studarte Hugo Marques – Reportagem completa
aqui

Como “nunca, neste país”
CONGRESSO ATUAL JÁ É LÍDER EM ESCÂNDALOS
Desde a promulgação da Constituição de 88, que marcou a volta da democracia ao Brasil após a ditadura militar, pelo menos 20 escândalos de grande repercussão já atingiram o Congresso Nacional. Em apenas cinco meses de trabalhos,
a atual legislatura já registrou seis episódios envolvendo deputados e senadores, o maior número de casos na comparação com legislaturas anteriores.

LULACÓPTERO

O apoteótico ex-metalúrgico Lula
comprou mais dois novos helicópteros que vão custar R$ 24milhões (cerca de R$ 48 milhões) para os contribuintes otários. As Aeronaves terão revestimento de couro, ar-condicionado, mesa para despachos e um mini refrigerador. Atualmente, o Lula conta com dois helicópteros, um de uso específico do presidente da República e outro que serve para as equipes de apoio. Fora os helicópteros, Lula desloca-se, nas viagens maiores, no Aerolula, o jatinho que custou US$ 56,7 milhões aos cofres públicos.

UNE
A PELAGADA FAZENDO A MAIOR FARRA COM NOSSA GRANA
O Ministério da Justiça
anistiou (aposentadorias perpétuas) ontem, dois ex-presidentes da UNE. O Aldo Arantes e o Jean Marc von der Weid. Arantes vai receber um salário mensal de R$ 10.400 e Jean Marc, R$ 6.221 por mês.

DOIS PESOS PARA DOIS “CRIOULOS”
– Por Diogo Mainardi - Veja

O professor Paulo Roberto da Costa Kramer, da Universidade de Brasília, usou o termo "crioulada" numa de suas aulas. Foi suspenso e condenado a pagar uma multa depois que nove alunos – apenas dois dos quais negros – o denunciaram à reitoria.

O professor Kramer negou ser racista e definiu seus acusadores como membros de uma "Ku Klux Klan negra". A Universidade de Brasília é como o Planeta Bizarro, do Super-Homem, em que todos os conceitos foram virados pelo avesso e os perseguidos se tornaram perseguidores, incendiando cruzes e linchando os representantes das maiorias.
No mesmo dia em que foi aplicada a multa ao professor Kramer,

Lula, num evento no Rio de Janeiro, contou que, aos 14 anos, aproveitava as enchentes em seu bairro para ganhar uma gorjeta dos vizinhos. Ele estendia uma tábua sobre o charco, no meio de fezes, ratos e baratas, e cobrava um pedágio dos passantes. Um de seus clientes era, de acordo com ele, "um afrodescendente, que naquele tempo a gente chamava de crioulo, bem forte e alto". A claque presidencial riu e aplaudiu, sem se incomodar com o deboche da linguagem politicamente correta.

O episódio demonstra que, desde cedo, Lula aprendeu a lucrar com a miséria alheia. Demonstra também que as regras que se aplicam a uns podem ser impunemente violadas por outros. Aquele mesmo "crioulo" que rendeu uma multa ao professor Kramer foi calorosamente aprovado na boca de Lula. A censura de ordem racial é idêntica a todas as outras censuras: protege os amigos e pune os inimigos. Como o lulismo se apropriou da bandeira da igualdade racial, os censores da vez protegem os lulistas e punem todos os demais.

Se a patrulha racial se firmar no Brasil, ela acabará banindo de nossa história tanto as marchinhas de Carnaval da década de 1950 quanto Casa-Grande & Senzala, de Gilberto Freyre. Ela banirá igualmente todos aqueles que se recusarem a se enquadrar: na escola, no trabalho, nas artes, na pesquisa científica, na vida pública. Alguém é otário o bastante para acreditar que, a partir de agora, o professor Kramer terá as mesmas oportunidades que seus colegas mais obedientes?

Crioulo é um bom jeito de chamar os brasileiros de pele escura. Bem melhor do que essa macaquice retrógrada de chamá-los de afrodescendentes. O único resultado da demagogia racial dos lulistas é assegurar alguns privilégios a uma casta de patifes que se empossou da burocracia estatal: patifes brancos, patifes pretos, patifes amarelos, patifes pardos.

Ao proibir o uso de uma palavra, o que se quer é proibir o surgimento de qualquer idéia divergente que acabe atrapalhando a patifaria. Na realidade bizarra do lulismo, em que o Planeta é cúbico, o Super-Homem é mau e a criptonita é vermelha, os patifes fazem as leis e as administram como bem entendem.

Por Gaúcho/Gabriela (MOVCC)