movimento ordem vigília contra corrupcao

quinta-feira, junho 28, 2007

LULA DEFENDE CALHEIROS E CRITICA ATUAÇÃO DA PF

“TODOS SÃO INOCENTES ATÉ QUE SE PROVE O CONTRÁRIO”
Lula ficou ao lado do presidente do Senado, Renan Calheiros, durante a maior parte da cerimônia de posse do procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, nesta quinta-feira. Ao lado do senador, Lula diz que investigações devem respeitar a privacidade das pessoas.

Lula defendeu a atuação do Ministério Público, mas ressalvou que o comportamento da Polícia Federal e de procuradores na condução das investigações o deixa inquieto como cidadão. "É preciso ter o cuidado de pessoas não serem execradas publicamente, antes de serem julgadas", disse.

Segundo Lula, não há nada pior para a democracia que uma pessoa ser condenada sem cometer um crime, ou absolvida tendo cometido. "Daí precisa o ponto de equilíbrio da Justiça", observou o presidente.

SUCESSÃO DE ESCÂNDALOS:
O Lula da Silva decidiu entrar na briga do Senado para defender a manutenção do Renan Calheiros, no cargo. Ontem de manhã, Lula chamou Renan ao Palácio do Planalto. Conversaram durante 40 minutos sobre o rumo que tomou o processo de investigação do presidente do Senado por quebra de decoro parlamentar, especialmente depois que o DEM defendeu formalmente seu afastamento.

Na conversa, Renan reclamou da falta de firmeza dos senadores do PT e da base aliada. Em seguida, Lula recebeu a Ideli Salvatti e o Tião Viana, para pedir que a bancada petista dê sustentação ao aliado. Desde o início da semana, Lula está intervindo junto aos senadores petistas, pedindo que dêem apoio ao presidente do Senado. O Globo

CONVERSAS GRAVADAS
Enquanto isto, o advogado Pedro Calmon, que representa a jornalista Mônica Veloso, entregou ontem ao Conselho de Ética seis CDs com conversas gravadas entre sua cliente, o senador Renan Calheiros e o lobista Cláudio Gontijo. Numa parte das gravações consta uma conversa travada entre ela e Gontijo em março de 2005 no escritório da empreiteira Mendes Jr. Gontijo diz a Mônica que Renan estava com dificuldades financeiras e teria pedido a ele ajuda para pagar dívidas de campanha. Calmon entregou as fitas ao conselho como uma prova das relações entre Renan e o lobista e uma indicação de que Gontijo pagaria despesas pessoais do senador. A Globo tocou, em reportagem, um trecho do áudio. Correio Braziliense

DUAS CASAS TRABALHANDO EM CONSÓRCIO
A Câmara aprofunda a crise ao insistir numa reforma política que aumenta a distância entre o eleitor e seu representante. A hesitação dos senadores, do governo e da oposição, no caso Renan, informa que o comportamento do presidente da casa é considerado rotina no Legislativo.

O Senado aprofunda a decepção do eleitor, a Câmara tenta tirar do eleitor o poder de escolha. O Senado exibe um espetáculo lamentável de erros e desordem; a Câmara informa que os velhos líderes partidários, responsáveis por este momento, devem ser fortalecidos.

O senador Renan Calheiros fala em "esquadrão moral" e ataca um inimigo em particular: a imprensa. Seu pior inimigo foi ele mesmo, quando aceitou que o pagamento de uma conta particular sua fosse feito através do lobista de uma empreiteira. Se o dinheiro era mesmo dele e Cláudio Gontijo foi só o intermediário, é um caso para pôr no livro Guinness. Nunca antes na história das relações entre empreiteiras e políticos, um senador inocente fez melhor escolha para parecer culpado. Por Miriam Leitão.

ALIADO DE RENAN VAI PRESIDIR CONSELHO DE ÉTICA
Leomar Quintanilha (PMDB-TO), aliado de Renan Calheiros, foi eleito na noite desta quarta presidente do Conselho de Ética do Senado em substituição ao autodefenestrado Sibá Sem Voto Machado (PT-AC). Ele venceu o tucano Arthur Virgílio (PSDB-AM) por nove votos a seis. Ainda bem! É grande a chance de o conselho arrastar o Senado pra lama, aprovando um relatório favorável a Renan. Melhor que não haja ninguém da oposição nem mesmo regimentalmente próximo. Caberá a Quintanilha indicar agora o relator do caso Renan. Por Reinaldo Azevedo

Teoria do Canalha
A BOSTA NÃO PRODUZ FLORES MAGNÍFICAS?
'Eu não sou um canalha, eu sou o canalha. Tenho orgulho de minha cara-de-pau, de minha capacidade de sobrevivência, contra todas as intempéries. Por Arnaldo Jabor

'Eu não sou um canalha, eu sou o canalha. Tenho orgulho de minha cara-de-pau, de minha capacidade de sobrevivência, contra todas as intempéries. Enquanto houver 20 mil cargos de confiança no país, eu estarei vivo, enquanto houver autarquias dando empréstimos a fundo perdido, eu estarei firme e forte. Não adianta as CPIs querendo me punir. Eu saio sempre bem. Enquanto houver este bendito código de processo penal, eu sempre renascerei como um rabo de lagartixa, como um retrovírus, fugindo dos antibióticos.

Eu sei chorar diante de uma investigação, ostentando arrependimento, usando meus filhos, pais, pátria, tudo para me livrar. Eu declaro com voz serena: Tudo isso é uma infâmia de meus inimigos políticos. Eu não me lembro se esta loura de coxas douradas foi minha secretária ou não. Eu explico o Brasil de hoje. Eu tenho 400 anos: avô ladrão, bisavô negreiro e tataravô degredado. Eu tenho raízes, tradição. E eu sou também 'pós-moderno', sou arte contemporânea: eu encarno a real-politik do crime, a frieza do Eu, a impávida lógica do egoísmo.

No imaginário brasileiro, eu tenho algo de heróico. São heranças da colônia, quando era belo roubar a Coroa. Só eu sei do delicioso arrepio de me saber olhado nos restaurantes e bordéis. Homens e mulheres vêem-me com gula: 'Olha, lá vai o canalha....!' - sussurram fascinados por meu cinismo sorridente, os maîtres se arremessando nas churrascarias de Brasília, e eu flutuando entre picanhas e chuletas, orgulhoso de minha superioridade sobre o ridículo bom-mocismo dos corretos. Eu defendo a tradição endêmica da escrotidão verde-e-amarela. Sem mim, ninguém governa. Sem uma ponta de sordidez, não há progresso.

Eu criei o Sistema, que, em troca, recria-me persistentemente: meus meneios, seus ademanes, meus galeios foram construindo um emaranhado de instituições que regem o processo do país. Eu sou necessário para mantê-las funcionando. O Brasil precisa de mim.

Eu tenho um cinismo tão sólido, um rosto tão límpido que me emociono no espelho; chego a convencer a mim mesmo de minha honestidade, ah! ah!... Como é bom negar as obviedades mais sólidas e ver a cara de impotência de inquisidores. E amo a adrenalina que me acende o sangue quando a mala preta voa em minha direção, cheia de dólares. Eu vibro quando vejo os olhos covardes dos juízes me dando ganho de causa, ostentando honestidade, fingindo não perceber minha piscadela maligna e cúmplice na hora da emissão da liminar... Adoro a sensação de me sentir superior aos otários que me compram, aos empreiteiros que me corrompem, eles humilhados em vez de mim.

Eu sou muito mais complexo que o bom sujeito. O bom é reto, com princípio e fim; eu sou um caleidoscópio, uma constelação. Sou mais educativo. O homem de bem é um mistério solene, oculto sob sua gravidade, com cenho franzido, testa pura. O honesto é triste, anda de cabeça baixa, tem úlcera.

Eu sou uma aula pública. Eu faço mais sucesso com as mulheres. Elas se perdem diante de meu mistério, elas não conseguem prender-me em teias de aranha, eu viro um desafio perpétuo, coisa que elas amam em vez do bondoso chato previsível. A mulher só ama o inconquistável. Eu conheço o deleite de vê-las me olhando como um James Bond do mal, excitadas, pensando nos colares de pérolas ou nos envelopes de euros. Eu desorganizo seu universo mental, muitas vezes elas se vingam de mim depois, me denunciando - claro - mas só eu sei dos gritos de prazer que lhes proporcionei com as delícias do mal que elas adivinhavam.

Eu fascino também os executivos de bem, porque, por mais que eles se esforcem, competentes, dedicados, sempre sentir-se-ão injustiçados por algum patrão ingrato ou por salários insuficientes. Eu, não, eu não espero recompensas, eu me premio. Eu tenho o infinito prazer do plano de ataque, o orgasmo na falcatrua, a adrenalina na apropriação indébita. Eu tenho o orgulho de suportar a culpa, anestesiá-la - suprema inveja dos neuróticos. Eu sempre arranjo uma razão que me explica para mim mesmo. Eu sempre estou certo ou sou vítima de algum mal antigo: uma vingança pela humilhação infantil, pela mãe lavadeira ou prostituta que trabalhou duro para comprar meu diploma falso de advogado.

Eu posso roubar verbas de cancerosos e chegar feliz em casa e ver meus filhos assistindo a desenho na TV. Eu sou bom pai e penso muito no futuro de minha família, que graças a Deus está bem. Eu sou fiel a uma mulher só, que vai se consumindo em plásticas e murchando sob pilhas de Botox, mas nunca as abandono, apesar das amantes nas lanchas, dos filhos bastardos.

Eu não sou um malandro - não confundir. O malandro é romântico, boa-praça; eu sou minimalista, seco, mais para poesia concreta do que para o samba-canção. Eu tenho turbo-carros, gargalho em Miami e entendo muito de vinho. Sei tudo. Ultimamente, apareceram os canalhas revolucionários, que roubam 'em nome do povo'. Mas eu, não. Sou sério, não preciso de uma ideologia que me absolva e justifique. Não sou de esquerda nem de direita, nem porra nenhuma. Eu sou a pasta essencial de que tudo é feito, eu tenho a grandeza da vista curta, o encanto dos interesses mesquinhos, eu tenho a sabedoria dos roedores.

Eu confio na Justiça cega do país, no manto negro dos desembargadores que sempre me acolherão. Eu sou mais que a verdade, eu sou a realidade. Eu acho a democracia uma delícia. Eu fico protegido por um emaranhado de leis malandras forjadas pelos meus avós. E esses babacas desses jornalistas pensam que adianta esta festa de arromba de grampos e escândalos. Esses shows periódicos dão ao povo apenas a impressão de transparência, têm a vantagem de desviar a atenção para longe das reformas essenciais e mantêm as oligarquias intactas.

Este país foi criado na vala entre o público e o privado. Florescem ricos cogumelos na lama das maracutaias. A bosta não produz flores magníficas? Pois é. O que vocês chamam de corrupção, eu chamo de progresso. Eu sou antes de tudo um forte! Transcrito de O Globo, dia 26 de junho de 2007

VAZOU
O ministro da Comunicação Social, Franklin Martins, deixou escapulir ontem, durante audiência pública na Comissão de Ciência e Tecnologia da Câmara, que a TV Pública será criada por meio de uma medida provisória, e não de um projeto de lei, como havia sinalizado o Palácio do Planalto. Correio Braziliense

PROGRAMA DO JÔ
Não deixe de assistir ao vídeo do programa de ontem do Jô, onde a Ministra conselheira nos serve com sua experiência vazia tirada de sua vasta mente cheia de pensamentos importantes em prol da população. A primeira é o sexo, segunda é sexo e o restante ela jamais irá se lembrar. Assista aqui

Por Gaúcho/Gabriela (MOVCC)

1 Comments:

  • EM SE TRATANDO DO PODER PUBLICO QUE DEVERIA DAR O EXEMPLO, ATEH QUE SE PROVE A INOCENCIA O PARLAMENTAR OU FUNCIONARIO PUBLICO DEVERIA RESPONDER AFASTADO DE QUALQUER FUNÇÃO PUBLICA.
    E MAIS QUALQUER PESSOA QUE ESTEJA SENDO INVESTIGADA OU PROCESSADA POR CERTOS TIPOS DE CRIME DEVERIAM SER PROIBIDAS DE EXRCER QQ FUNÇÃO PUBLICA
    A PARTIR DAI COMEÇARIAMOS A LIMPAR A CASA E CRESCER COMO NAÇÃO E CIDADANIA

    By Anonymous Anônimo, at 7:20 PM  

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