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domingo, outubro 28, 2007

“NO BRASIL, O CRIME ESTÁ NASCENDO DENTRO DO ESTADO”

PESQUISADOR MOSTRA LIGAÇÃO ENTRE CRIMINOSOS E SETOR PÚBLICO

Autor de "Tiros na democracia" e vice-coordenador do Núcleo de Estudos de Instituições Coercitivas da Universidade Federal de Pernambuco, o professor Adriano Oliveira acaba de lançar o livro "Tráfico de drogas e crime organizado, peças e mecanismos", no qual faz uma análise profunda e científica do assunto. E chega a uma conclusão inquietante: o crime no Brasil tem origem no Estado.

O livro partiu de tese defendida na UFPE, aprovada com nota máxima e indicada pelo doutorado em ciência política da UFPE para concorrer ao título de melhor tese do ano da Capes. Oliveira entrevistou traficantes ricos e pobres, ouviu policiais, analisou inquéritos e processos. Por Letícia Lins – O Globo

O Globo - Por que o senhor diz que o Brasil é um campo fértil para se fazer análise de ações do crime organizado?

ADRIANO OLIVEIRA: Temos no país um grande quantitativo de organizações criminosas. Se formos computar o número de informações publicadas na imprensa, observamos que, a partir do instante em que há servidores públicos envolvidos com o crime, isso evidencia uma certa organização. A análise das ações da Polícia Federal nos últimos oito anos também evidencia a grande participação de servidores. E não podemos desprezar o avanço do tráfico de drogas no Rio de Janeiro, problema que vem se acentuando desde o início da década de 80. Diante desses três indicadores, só podemos pensar que o país é fértil para o nascimento do crime organizado. Contudo, mais do que isso, quando mergulhamos nesse submundo descobrimos o quanto o Estado está envolvido. Portanto, onde está o Estado observamos o crime organizado.

O GLOBO - O fato de o crime organizado estar dentro do Estado diferencia o Brasil de outros países, como a Itália e a sua Máfia?

OLIVEIRA: Na Itália, o crime organizado é o que chamo de exógeno: nasce à margem do Estado e depois procura atores no Estado, para criar laços cooperativos. Já o crime organizado endógeno é aquele que nasce dentro do Estado, quando juízes se unem para vender sentenças, quando policiais atrapalham ou impedem a investigação, quando promotores se reúnem para não denunciar determinadas pessoas. Ou quando mais freqüentemente observamos que prefeitos cometem atos de corrupção em conluio com empresas privadas para fraudar licitações. Considero todos esses atos como crime organizado endógeno.

O Globo - Podemos dizer que o Estado é parcialmente bandido?

OLIVEIRA: Claro. No momento em que temos a presença do crime endógeno, principal diferencial do crime no Brasil para o resto do mundo, e em que observamos o envolvimento de atores públicos cooperando, facilitando as atividades das organizações criminosas, não temos como deixar de dizer que o Estado tem o seu lado bandido. Por causa da grande corrupção inerente a ele e das organizações criminosas que se formam dentro dele, o Estado não consegue funcionar adequadamente para combater o crime.

O Globo - Então o conceito do crime no Brasil é muito mais amplo do que em outros lugares?

OLIVEIRA: Esse é um grande problema da academia brasileira e da imprensa. Não podemos reconhecer o crime organizado só nos morros. Infelizmente, no Brasil o crime está associado ao Estado - como no desvio de recursos públicos - ou nascendo dentro do Estado, como na venda de sentenças.

O Globo - No caso do tráfico de drogas, que também é abordado no seu livro, até onde o Estado está presente? O seu livro analisa o caso de um traficante, Leonardo Mendonça, cuja influência chegava até o Superior Tribunal de Justiça. Como o tráfico só faz crescer, até que ponto o Estado colabora com isso?

OLIVEIRA: Depois de entrevista com traficante, análise de inquérito na Polícia Federal, denúncia no Ministério Público e análise de processo, evidencio que sua influência foi desde o juiz do estado de Mato Grosso e chegou até a decisão de juiz no STJ. Ele teve, também, um deputado federal como facilitador de suas atividades e envolvimento de delegados da própria PF. Isso mostra o quanto o Estado está comprometido. Se pensarmos que o envolvimento com tráfico de drogas só se dá com a viatura da Polícia Militar, estamos totalmente enganados. Algumas organizações conseguem até influenciar decisões da Justiça.

O Globo - No livro foram analisados 13 casos, entre eles nove operações da PF e quatro CPIs. Em seis, a origem do crime é estatal. Isso é muito, pouco, ou o que já se espera do Brasil?

OLIVEIRA: Não esperava isso tudo. A partir do momento que descobri a grande quantidade de funcionários públicos participando de atividades ilícitas, me vi obrigado a criar o conceito de crime organizado endógeno. Já nas operações da PF, em quase todas encontramos facilitadores dentro do próprio Estado. Jornal O GLOBO

COMENTÁRIO
O principal ingrediente
Bom, por enquanto, isto é o que temos sobre o conteúdo deste livro do Oliveira. Obviamente, que o correto é ler o livro primeiro antes de emitir qualquer opinião sobre. No entanto, senti falta de ver o autor tocar no cerne da questão, já que se trata de tese que envolve assunto tão relevante.

Será que o autor do livro desprezou a existência do Foro de São Paulo, a organização mafiosa que está por trás desta “endogenização” do crime organizado no Brasil? Se fez isto, é o mesmo que ter feito uma massa de panqueca dispensando os ovos da receita.

Impossível que o professor Adriano não tenha considerado na formulação de sua tese, a existência do Fórum de São Paulo - fundado por Fidel Castro e comandado por Lula - o principal dirigente da organização que mantém relações com movimentos radicais e organizações terroristas. Se o conceito do crime do Estado brasileiro é mais amplo do que em qualquer outro lugar do mundo, eis a explicação para o fenômeno: o chefe da organização criminosa também continua no poder da república.

A quantidade de funcionários públicos envolvidos nos crimes, mencionado pelo autor do Livro, nada mais é do que uma equação diretamente relacionada ao caráter do maior responsável pelo aparelhamento do Estado. Outra coisa, o PT já foi acusado de ter obtido financiamento das FARC para a campanha presidencial. Ou seja, não existe ligação entre Crime Organizado e o Estado, porque tudo é uma coisa só.

A partir do momento que o Lula passa a mão na cabeça da quadrilha instalada em seu governo, fica óbvio o quanto estamos nas mãos de um Estado que governa, segundo os interesses dos negócios do crime.

O que existe atualmente é uma grave e criminosa omissão de todos, com relação à existência desta organização mafiosa no país, que além de fazer de nossa sociedade a maior vítima deste estado de violência - justamente pela falta de esclarecimento sobre o assunto - por outro lado, também acaba proporcionando triunfos ao principal chefão do crime organizado no Brasil.

O crime no Brasil já se tornou uma doença das faculdades morais, e todos se consideram "santos" agindo dentro do prostíbulo chamado Estado.

Tomara que o professor Adriano não tenha se esquecido de adicionar o “OVO” na sua receita. Seu trabalho pode significar um lampejo de luz, nesta trilha escura. Por Gabriela/Gaúcho

UM ASSALTO AOS NOSSOS BOLSOS
Opinião – Boris Casoy – JB Online
Lenta, mas inexoravelmente, vai sendo perpetrado mais um assalto ao bolso de todos os brasileiros com a possível prorrogação dessa ignomínia denominada CPMF.

Não se pode omitir que a atitude tucana não difere muito da mutação petista. No governo FH, o PSDB também apoiou e defendeu a CPMF. E se reparamos bem o que ocorre nestes dias em território tucano, vamos constatar que muitos portadores de rica plumagem não mudaram muito de idéia. Mesmo do alto de seu muro, dialogam com o governo em tertúlias e rega- bofes, sobre a possibilidade da manutenção do imposto. Alguns talvez se encantem com o trinar das sereias petistas. Outros parecem possuídos pela Síndrome de Estocolmo, que faz o seqüestrado amar seu seqüestrador.

Só a população não foi convidada para o nobre conchavo da CPMF. Esqueceram-se apenas daqueles que vão pagar a conta. Estão fora do banquete. Pelos argumentos usados em defesa da CPMF, os governistas, decerto, superestimam a burrice dos brasileiros.

Além de desenharem o caos se a emenda da prorrogação não for aprovada, repetem com a maior desfaçatez que o imposto beneficia os mais pobres. Outro argumento usado pelos governistas é que vai faltar dinheiro para o social. Faltar dinheiro para um governo que vem aumentando desmedidamente seus gastos? Faltar dinheiro para quem torra milhões para criar mais uma televisão estatal? Ou vai faltar dinheiro para quem anuncia a contratação de 60 mil funcionários no ano que vem? Opinião – JB – Texto completo
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UM PRESENTE PARA CHÁVEZ

O governo brasileiro deu mais um passo para entregar o Mercosul ao presidente venezuelano Hugo Chávez e para sujeitar a seus caprichos e interesses a diplomacia comercial de Brasília. A bancada governista conseguiu fazer aprovar na Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados o ingresso da Venezuela no bloco formado, até agora, por Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. A proposta de lei será votada no plenário da Casa e depois será submetida ao Senado, podendo, portanto, ser derrubada. Mas isso dependerá de um duro trabalho da oposição.

A insistência do governo e as alegações dos governistas a favor do projeto são sinais de péssimo agouro não só para a diplomacia econômica, mas também para o futuro político da região. Quem aceita os objetivos e os métodos de Chávez e as suas milícias como democráticos poderá aceitá-los também no Brasil e noutros países da região. Leia mais no Estado de São Paulo
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1 Comments:

  • O lulo-petismo está brincando com a normalidade democrática, não só do Brasil, como da AL, ao defender a entrada da Venezuela no Mercosul.
    O editorial do Estado de São Paulo foi claro quanto a isso.
    Da casa dos horrores, vendida e submissa, já se esperava.
    Agora no senado, vendido e acuado por Renan e seus asseclas, provavelmente não será diferente.

    By Blogger Saramar, at 5:15 PM  

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