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domingo, outubro 28, 2007

FIM DE ANO COMPROMETIDO

A CRISE AÉREA CONTINUA NO COLO DO LULA


Em vez de "prazo, dia e hora para acabar", como exigido há sete meses pelo Lula da Silva, a crise aérea tem data prevista para voltar aos aeroportos. Os atrasos em cascata do início da semana causados por mau tempo, aumento de passageiros por causa do Grande Prêmio de Fórmula 1 em Interlagos (SP) e uma pane no sistema de comunicação entre pilotos e torre de controle no Aeroporto de Congonhas voltaram a expor a fragilidade da infra-estrutura aeroportuária e o desamparo dos usuários de transporte aéreo. Deixaram clara a iminência de um novo apagão aéreo.

É consenso entre os controladores de vôo: do jeito que a coisa está, vai parar tudo quando chegarem as festas de fim de ano e as férias escolares - alerta o controlador de vôo do Aeroporto de Jacarepaguá (RJ), Jorge Nunes. - A redistribuição da malha foi pouco eficaz em evitar novos congestionamentos, e os aeroportos continuam sucateados. O novo ministro, até agora, só falou grosso. Não fez nada.

À perspectiva da repetição dos congestionamentos nos aeroportos no fim do ano, soma-se o medo de novos acidentes ocorrerem. Estamos rezando para não acontecer mais nenhuma desgraça - disse o presidente da Associação Nacional em Defesa dos Direitos dos Passageiros do Transporte Aéreo (Andep), Cláudio Candiota. - Não fizeram nada para resolver o problema. A situação é a mesma que antes do acidente com o Boeing da Gol. Agora, há uma aparente calmaria. Quando os passageiros voltarem a voar, se dará o caos, como na segunda-feira. JB Online - Leia mais
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O CANASTRÃO E A SUCURI
Jobim, que fez carreira na área jurídica, sempre de terno e gravata, passou a posar com uniformes militares para fotos inverídicas, assim que assumiu o ministério da Defesa. Isto é canastrice porque ele está se passando pelo que não é. Ele também não é caçador, astro do National Geographic, ou ator de filmes de aventura, para sair por aí fingindo esgoelar sucuris, como fez no dia 14.

Em vez de enfrentar os problemas de sua pasta, caso do caos aéreo que prejudica milhões de brasileiros, o ministro faz pose na Amazônia. Este governo usa cargos e verbas públicas para comprar adesões a torto e a direito, enquanto o ministro da Defesa fantasiado de Rambo torra dinheiro público em passeios pela Amazônia.

Ao erguer uma sucuri na Amazônia e posar para fotos, o ministro não estava defendendo interesse público algum. Estava cavando espaço nos jornais. E tentando aparecer como valente e destemido em poses patéticas e constrangedoras. Blog Democratas

O ENCANTADOR DE SUCURIS
Por Augusto Nunes – JB Online
Se os bichos falassem (e conhecessem alguma coisa de cinema), a cobra fotografada nas mãos do general imaginário, ela decerto teria preferido posar para a eternidade ao lado de Johnny Weissmuller no papel de Jim das Selvas. Mas o destino resolveu que ficaria conhecida como parceira acidental de Jobim das Selvas.

Nenhum ator, especialmente um artista esforçado como Jobim, aceita com placidez o enquadramento na subcategoria dos canastrões. Mas o título debochado (no Blog dos Democratas) foi só o botão que fez eclodir o som da fúria. O ministro está irritado por ter voltado a lidar com o Brasil de verdade.

Devolvido aos barulhos de uma guerra que fingira ter vencido, teve de curvar-se à evidência: o apagão aéreo continua. Milton Zuanazzi segue na chefia da Anac. As empresas fazem o que querem. Os aviões não decolam nem pousam na hora. O tamanho das poltronas não aumentou.

Congonhas é o pesadelo de sempre. A ligação com Cumbica e o trem-bala para Viracopos permanecem no campo dos sonhos. Pilotos e controladores de vôo não conseguem comunicar-se. Qualquer garoa imobiliza multidões nos aeroportos conflagrados e escancara o colapso da aviação civil. Na terça-feira, eram esses os problemas que afligiam Jobim.

Melhor ir-se embora para a pasárgada na floresta. Lá é possível brincar de encantador de sucuris. Lá os anfitriões são tão gentis que não molestam o comandante a passeio com relatos sobre a falta de dinheiro até para alimentos, balas de fuzil, reposição de uniformes. Lá é permitido acreditar que sobram aviões de combate, navios de guerra, submarinos e, claro, soldados.

"A Amazônia tem dono", declamou Jobim. Nenhum general avisou ao viajante que o dono não está preparado para proteger aquela imensidão. Nenhum general sugeriu-lhe a imediata eliminação das carências que atormentam as Forças Armadas. Ninguém contou ao ministro que a Amazônia está tão indefesa quanto um passageiro de avião.

JOBIM NÃO TEM COMANDO SOBRE A ANAC
Em três meses à frente do Ministério da Defesa, o ministro Nelson Jobim anunciou uma série de medidas para reestruturar o sistema aéreo nacional. Mandou desafogar o Aeroporto de Congonhas, o principal centro de distribuição de vôos do país, e redistribuiu rotas. As alterações ainda estão em implementação.

As empresas começaram agora a se adaptar - acredita a presidente do Sindicato Nacional dos Aeronautas, Graziella Baggio.Durante o período, Jobim também colecionou desafetos. Trocou a direção da Infraero - estatal que administra os aeroportos brasileiros - e esvaziou a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), acusada de ser uma das responsáveis pelo caos aéreo que fustiga os passageiros desde o ano passado. Jobim forçou a saída de toda a diretoria da agência. A exceção é o presidente da Anac, Milton Zuanazzi, que sobrevive e resiste às investidas públicas de Jobim graças ao apoio do ministro das Relações Institucionais, Walfrido Mares Guia.

Na semana passada, o ministro e Zuanazzi voltaram a trocar farpas. Este declarou que não tem intenção de renunciar ao cargo. O ministro respondeu que a saída do presidente da agência já foi acertada com Walfrido Mares Guia, um dos padrinhos políticos de Zuanazzi. Só depende da nomeação dos novos indicados pelo governo para dirigir a Anac. Isso porque, se Zuanazzi saísse hoje, a agência ficaria sem comando. Não há ninguém, além do presidente da Anac, com voz de mando no órgão.

O sistema foi desorganizado por que foi criado o Ministério da Defesa, que é institucionalmente fraco - diz o senador Demóstenes Torres (DEM-GO), relator da CPI do Apagão Aéreo do Senado. - O ministro pode ser forte, mas isso não adianta. Sem autoridade e dinheiro, nem Jesus Cristo. O Jobim não tem o sistema na mão.

A fim de reduzir o poder da agência reguladora, o ministro criou a Secretaria de Aviação Civil - apesar de o Lula da Silva ter apontado o excesso de órgãos públicos responsáveis pelo setor aéreo como uma das causas da crise. O novo órgão será responsável pela definição das políticas públicas para a área. A Anac, reduzida à mera implementadora dessas políticas, passou a ser subordinada à secretaria.

A causa do colapso do sistema aéreo é o loteamento de cargos. Essa solução foi a mais estapafúrdia possível - critica o presidente da Associação Nacional em Defesa dos Direitos dos Passageiros do Transporte Aéreo (Andep), Cláudio Candiota. - A secretaria será mais um alvo do loteamento de cargos. Por Fernando Exman e Karla Correia do JB Online

Por Gaúcho/Gabriela (MOVCC)