movimento ordem vigília contra corrupcao

terça-feira, julho 17, 2007

PELA HONRA DE SER VAIADO

Devo dizer: Lula, você vai superar a vaia. Foi apenas um Maracanã, coisa pouca. Vamos, companheiro, ânimo! Você poderia ter feito pior. Você nem sequer falou. Se discursasse, a vaia poderia ter sido bem maior. Empate no campo adversário é quase vitória. Por Hugo Possolo

Li que você ficou tristinho. Se para o presidente não interessa o que aconteceu, talvez interesse somente a palhaços como eu. Ou a outros tantos que se esforçam em enviar cartas aos jornais, contra e a favor. Sinto o mesmo misto-quente de sensações. De um lado, o representante do meu país não fala ao mundo o orgulho de sediar o Pan. De outro, é bom que você, Lula, perceba que não é unânime. Nenhum palhaço o é.

Nós, os palhacinhos, sempre ensaiamos para o aplauso, mas a vaia, traiçoeira, vem de surpresa. Vaia não vem no contrato, ela surge do nada, como cobrança de CPMF. O risco é que o provisório se torne definitivo. E pode até se tornar motivo de (r)emenda constitucional.

Se te consola, pela minha experiência de picadeiro, a sua vaia aconteceu porque você não foi criativo. Muitos cerimoniais, pelo menos dois, e pouco improviso. Justo você, presidente, tão bom em segurar na bossa, dançou na terra da bossa nova.

Ser vaiado é uma honra, pois é sinal de que alguém estava lá para isso. Como na publicidade de uísque: você fez a diferença. (Só citei o slogan, não vai aqui nenhum comentário maldoso sobre o álcool, pois sei que o senhor prefere investir na cana-de-açúcar.)

Sei também que a elite política brasileira é tão tacanha que acredita que uma caricatura no jornal é homenagem. Então, explico esse texto não é para tirar umas boas risadas dos seus inimigos nem para satisfazer minha sede de ironia. É para incomodá-lo profundamente. E, se o fizer, estarei ajudando, indiretamente, o país que pretendo fazer gargalhar. É apenas um toque de quem já foi vaiado ao longo da carreira. Uma vaia dói mais que 1 milhão de críticas no jornal.

No entanto, ser vaiado lava a alma da falsa dignidade. O orgulho cai por terra e o personagem se humaniza. Por isso os palhaços se deixam atingir com tortas de creme na cara ou tropeçam como bêbados. Palhaços revelam que não somos o que pensamos que somos. Ao rir de um tolo desses que se esborracha de bunda no chão, nós estamos rindo dos animais que fingimos não ser.

Presidente, o senhor é tão animal quanto qualquer um de nós. Um animal que pensa que pensa. Tenho certeza de que, quando colocar a cabeça no travesseiro - sem assessores, sem palpites e sem notícias incômodas - e lembrar dessa vaia, o Lula se sentirá solitário, como afinal são todos os homens. A honra da vaia invadirá a escuridão de seu quarto presidencial e você se lembrará do que foi e do que gostaria de ter sido. E, se ainda tiver algum senso crítico, vai ver como o Lula é hoje. A comparação será dolorosa, única e somente sua.

Talvez, no dia seguinte, acorde um pouco diferente, mais disposto a baixar sua própria bola ou a dos seus companheiros no difícil dia-a-dia do Planalto. E isso não tem nada a ver com as próximas eleições, essa preocupação de políticos, colunistas e institutos de pesquisa. Isso tem a ver com a sua incapacidade de ver como é incapaz. Talvez até pegue gosto por se sentir assim. Admitir-se incapaz como um palhaço já é um passo para honrar as vaias que ainda virão.

Agora, para não ser vaiado, use artimanhas de palhaços. Que tal uma campanha pela legalização da corrupção? Se dermos o direito legal dos políticos de retirar sua parte da bolada, eles terão de pagar imposto sobre essa grana. Veremos quem é honesto e cobramos dos desonestos. A imprensa vai parar de te perturbar e fazer complôs para prejudicar esse governo tão... tão de esquerda. Esquerda das planilhas de lucro dos bancos, na casa dos bilhões, onde até os centavos são milionários e de direita.

Pense bem, se o político ladrão levar uns 20%, poderia deixar, pelo menos, 3% para o fisco. Já pensou quantas casas populares dá para fazer com 3% da corrupção do país? Seria um avanço social.

Podemos também supervalorizar a carne de vaca. Das que pastam em Alagoas e das que pedem pensão. Nosso machismo estaria garantido com um humor para a torcida e não seríamos vaiados. Que tal?

Porém o presidente não está sendo vaiado por idéias como essas, mas porque está fazendo o seu trabalho de fechar os olhos a tudo o que disse que acreditava. O que, convenhamos, meu caro Lula, é bem pior que uma vaia. TENDÊNCIAS/DEBATES – Hugo Possolo é dramaturgo, ator e diretor de teatro, é palhaço do grupo ParlapatõesFSP

LA NACIÓN: APLAUSO, SÓ NO NORDESTE
Jornais estrangeiros registram o lamento de Lula
As vaias recebidas pelo Lula, na abertura dos Jogos Pan-Americanos, no Maracanã, continuam repercutindo na imprensa internacional, especialmente na mídia de países que participam do Pan.

O argentino "La Nación" disse ontem que as manifestações revelam, segundo analistas, as diferenças entre os setores mais pobres do Brasil, onde Lula tem seus feudos eleitorais, e uma classe média que se sente relegada e está mais presente no Sul e no Sudeste do país. Na opinião de analistas citados pelo jornal, para evitar as vaias a Lula, os Jogos teriam que estar sendo realizados em alguma cidade pobre do Nordeste, onde a popularidade do presidente é grande. O Globo

Botando as manguinhas de fora
BERZOINI, O ALOPRADO, DEFENDE RENAN
Lembram disto? - “Se um bando de aloprados resolveu comprar um dossiê, é porque alguém disse para eles que esse dossiê deve ter coisas de arco da velha” – isto, foi dito por Lula, por época do escândalo do dossiêgate – a tentativa de compra do dossiê antitucano pela turma do Berzoini, que agora se deu ao direito de querer botar as manguinhas de fora para dizer que o partido não aceita o
'linchamento público' do Renan. Cala a boca, Berzoini!

Pisoteando na Constituição
SUPLENTE DE RORIZ NEGÓCIA RÁDIO COM GRUPO ITALIANO
Se negócio se confirmar, Argello violou a Constituição, que veda a prática
O negócios do futuro senador Gim Argello (PTB-DF) vão além da corretagem de lotes em áreas públicas da capital federal.
Documentos obtidos pelo Estado indicam que o suplente do ex-senador Joaquim Roriz (PMDB-DF) transferiu o controle de uma rádio em Taguatinga para um grupo estrangeiro, o que burla o artigo 222 da Constituição.

HAJA IMPOSTO! Por Ives Gandra Martins
Estou começando a escrever este artigo a bordo de um avião da TAM, em Brasília, sem hora para decolar, porque, mais uma vez, como tem acontecido desde novembro do ano passado, na gestão Lula, os aeroportos não funcionam. A desculpa é de que o sistema Cindacta foi desligado, inexplicavelmente, uma vez mais.

É bem verdade que, enquanto todos os serviços públicos pioram a olhos vistos e os servidores concursados têm apenas um aumento correspondente à inflação, os que foram elevados a cargos de confiança - ou seja, os 22 mil beneficiados anteriormente e mais os 600 novos beneficiários - estão recebendo aumento entre 80 e 140%! E disse, S. Exa., o presidente, em discurso, que, para isso, há dinheiro de sobra.

Por outro lado, tem-se a impressão que o melhor negócio no Brasil, nos últimos tempos, foi ter sido contra o governo militar. Numa incorretíssima interpretação da Constituição, como já demonstrei em artigos jurídicos, em torno de 30 mil brasileiros abocanharam quase R$ 3 bilhões dos contribuintes brasileiros. Um desertor das Forças Armadas, que executou prisioneiro indefeso, foi inclusive, promovido post-mortem para coronel, com aposentadoria correspondente à de general-de-brigada. JB OnlineIves Gandra Martins é professor de direito, advogado e escritor - Leia mais
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GASTO COM SAÚDE LEVA 100 MILHÕES PARA POBREZA, DIZ OMS
Pelo menos 100 milhões das famílias em todo o mundo são empurradas para baixo da linha da pobreza todos os anos por causa dos gastos com saúde, indica um levantamento divulgado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) nesta segunda-feira. Os dados indicam que o Brasil é um dos líderes mundiais em número de famílias que gastam anualmente mais de 40% de suas rendas com saúde, uma situação que, segundo a pesquisa, configura uma
"catástrofe financeira”.

Por Gaúcho/Gabriela (MOVCC)