COM UMA “OPOSIÇÃO” DESSA, QUEM PRECISA DE MILITÂNCIA?
“EU NÃO AUMENTO O MEU SALÁRIO” - LULA
Lula, diz que o Executivo não irá seguir o exemplo das demais Casas, que reajustaram os próprios vencimentos. Que ele não vai colocar em risco a “estabilidade econômica” conquistada nos últimos quatro anos. E que para crescer é preciso cortar gastos.
Como se vê esta “oposição” tornou-se especialista em ajudar o governo, mais uma vez, a livrar sua cara diante da sociedade.
Agora sim, o desgoverno pode ficar tranqüilo, pois não mais precisará ficar inventando desculpas esfarrapadas para tentar explicar a própria incompetência, as safadezas, o não crescimento e a falta de rumo deste país.
As “oposições” já trataram de providenciar a desculpa que ele tão desesperadamente precisava para engambelar o povo sobre a catástrofe que foi e que continuará sendo o seu DESGOVERNO. Não existe um norte para o país. Muito menos teremos qualquer espetáculo do crescimento. Também, não veremos nenhuma quadrilha sendo punida. E o Erário continuará sangrando.
Não existe governo e muito menos oposição. Existe sim, um projeto de poder do Lulapetismo para humilhar, vampirizar e cercear o povo. E neste ponto, todos eles se afinam e se entendem. Nada que um super-salário não compre! Por Gaúcho/Gabriela (Movimento Ordem e Vigília Contra a Corrupção)
Leia no Globo a matéria sobre as declarações do Lula.
O VAZIO POLÍTICO DAS OPOSIÇÕES NO PRIMEIRO GOVERNO LULA: AS DUAS DERROTAS
Muito mais grave do que a derrota eleitoral das oposições na disputa à presidência foi a sua inequívoca derrota política nessa experiência do primeiro governo Lula.
O argumento de que não havia condições políticas para a interpelação formal do Presidente por meio do impeachment veio a se constituir num bem armado e verossímil pretexto para a inação oposicionista. A não ser que se acredite que o fator popularidade seja salvo-conduto para o delito político! O argumento é definitivamente falacioso. Por Felipe Varella, http://pitacos-politicos.zip.net
A AJUDA A LULA
Segue relato do jornalista Kennedy Alencar, em matéria publicada na Folha de S.Paulo de 30/10/2006:
“(...) § Naqueles dias [após o bombástico depoimento de Duda Mendonça à CPMI dos Correios, em agosto de 2005, assumindo ter recebido dinheiro de caixa dois da campanha de Lula], a cúpula do governo imaginava que um processo de impeachment poderia começar, ainda que não prosperasse, já que a base parlamentar do governo estava em frangalhos e as pesquisas de opinião indicavam queda em sua popularidade. § Foi nesse contexto que alguns ministros sugeriram a Lula a renúncia. ‘Vocês são uns frouxos. Vou resistir’, disse o presidente, de acordo com relatos obtidos pela Folha. § A oposição ajudou Lula. Um emissário do presidente ouviu do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e do então prefeito de São Paulo, José Serra, que eles não participariam de uma tentativa de impeachment. Os tucanos avaliaram que Lula sangraria politicamente e seria presa fácil na eleição do ano seguinte. Serra deixaria a prefeitura para concorrer ao Planalto, e o PSDB retornaria ao poder. § Naquele momento, FHC chegou a sugerir publicamente que Lula não fosse candidato à reeleição. Novamente, alguns ministros do Presidente discutiram o tema com ele. Lula terminaria o mandato, a oposição não tentaria seu impeachment, e ele desistiria de concorrer. Mais uma vez, o petista resistiu. Auxiliares contam que o presidente chegou a chorar, mas nunca jogou a toalha. (...)” [grifo meu]
Reparem: “a oposição ajudou Lula”. Ajudou-o a se safar de suas responsabilidades políticas, ante o quadro inconteste de degeneração ética de seu governo. Decidiu não interpelá-lo formalmente. A versão que prevaleceu na opinião pública – e que nunca foi desmentida – foi a de que a oposição se fechou numa estratégia eleitoral, a do tal “sangramento” do Presidente (embora desconfie que outras variáveis concorreram para a falta de ação oposicionista; abaixo, relaciono-as na forma de perguntas). Pensou-se nas próximas eleições e não na necessária depuração institucional. Daí que estratégia “eleitoral” não é o termo apropriado: tal estratégia foi de cunho indiscutivelmente eleitoreiro. Recusou-se claramente o caminho da ação republicana.
Eis Lula hoje, reeleito Presidente da República. Contra a vontade de dezenas de milhões de cidadãos que, no fundo, não se fizeram representar numa oposição política digna do nome. As chamadas oposições simplesmente – adiantando a tese que pretendo sustentar – dispensaram o combate político com a situação, combate esse desejável nas melhores democracias. Não me refiro ao combate político-ideológico (como quer nos fazer crer alguns ideólogos de uma certa esquerda pretensamente democrática, metidos a exegetas da história política brasileira), e sim ao combate político-democrático, aquele cujos parâmetros estão consagrados na Constituição e cujos personagens devem (ou deveriam) se orientar pela tolerância política e pela aceitação absoluta do pluralismo político. Certo é que essa vontade resultou eleitoralmente superada por uma outra vontade, o que ainda assim não diminui sua relevância política.
Já que citados na transcrição acima os nomes de Fernando Henrique Cardoso e José Serra, não poderia deixar de relacionar outros nomes que, por ação ou omissão, entendo terem colaborado com Lula (cada um a seu modo): Tasso Jereissati, Aécio Neves, Geraldo Alckmin, Arthur Virgílio, Roberto Freire, Jorge Borhausen, César Maia, Cristovam Buarque, Heloisa Helena, Fernando Gabeira, enfim, todos que se diziam e dizem de oposição. Muito se falou. Muito se ameaçou. Mas nada se fez de concreto. Numa tentativa de diminuir ou suspender responsabilidades, pode-se alegar que, aos políticos então investidos de mandato no Poder Executivo (p.ex., Serra, Aécio e Alckmin), não caberia a militância direta contra Lula.
Mas o que se verificou – tanto da parte destes, como dos políticos não-detentores de mandato executivo – foi um processo contínuo e discreto de desencorajamento e desqualificação das poucas intenções provindas da base da sociedade na direção da denúncia política via impeachment, quando não de participação em conchavos (inconfessáveis, é claro) conducentes à blindagem presidencial.
O fato é que as conveniências políticas de cada um desses oposicionistas falaram mais alto, apontando, a despeito dos projetos individuais de poder (também inconfessáveis), para uma deliberada atuação em conjunto. Passado o ano de 2005 e após o término da CPMI dos Correios, no final de março de 2006, um dos oposicionistas acima citados, Roberto Freire, na mesma trilha do Presidente da OAB, quase chegou à formalização do pedido de impeachment, mas injustificadamente retrocedeu. - POR QUÊ? Leia a matéria completa
REVOLTA
Depende do empenho dos cidadãos a tarefa de reconduzir o Legislativo a seu verdadeiro papel numa democracia.
SERIA POUCO chamar de "indignadas" as reações da opinião pública diante do aumento de 91% nos salários de deputados federais e senadores, aprovado na quinta por lideranças do Congresso. A sensação de revolta se mistura à de impotência. A decisão infame suscita veementes protestos; mas cada protesto vem como que acompanhado da admissão implícita de que, no fundo, talvez seja inócuo protestar.
Satisfaz-se, por certo, a necessidade do desabafo; mas a maioria dos deputados e senadores dá provas freqüentes de menosprezo às reações dos cidadãos que estas já parecem constar apenas como um pormenor secundário e passageiro no cálculo político. Não inibem quase mais ninguém, quando estão em pauta as enormidades do banquete.
Nada mais ilustrativo desse estado de espírito do que a fraseologia empregada pelo senador José Agripino para qualificar os efeitos na opinião pública do atentado com que compactuou. Numa ponderação memorável pelo sangue-frio, o líder do PFL admitiu que a repercussão da medida poderia ser -frise-se o termo- "desinteressante". Tratava-se de "uma decisão coletiva"; inoportuna, talvez, mas que se prontificou em "respeitar".
"Desinteressante"? Levemente incômoda, vagamente embaraçosa, quem sabe? Talvez o adjetivo tenha revelado involuntariamente o sentido mais profundo da frase: a repercussão seria "desinteressante" porque, afinal, a maioria dos parlamentares não se interessa minimamente pelo que diz e pensa o cidadão.
É provável que se tenha chegado a um ponto em que todo escândalo se torna "desinteressante". Uma sucessão de abusos, de atos de cinismo, de celebrações da impunidade, de absolvições à delinqüência, tornou rotineiras as mais acerbas condenações da opinião pública, reduzidas a um imperceptível rumor de fundo quando chegam aos escrachados salões de baile do Congresso.
À sociedade brasileira têm faltado, na verdade, disposição e instrumentos organizacionais para reagir com mais eficácia aos assaltos promovidos por aqueles que se dizem seus representantes. Atos de mobilização coletiva, da passeata ao buzinaço, do boicote ao abaixo-assinado, são ainda pouco freqüentes no Brasil.
Se o Legislativo, com todos os seus vexames, é insubstituível no sistema democrático, também se mostra indispensável o empenho ativo dos cidadãos para fiscalizá-lo e pressioná-lo. Toda instituição pública, entregue a si mesma, cede rapidamente ao corporativismo e ao desmando.
É bem mais do que isso o que se registra no Congresso brasileiro: foco insubmisso do escândalo, da afronta e do deboche, depende do empenho de cada cidadão a tarefa de reconduzi-lo a seu real papel numa democracia. Editorial da FSP
DE COSTAS PARA OS ELEITORES
PSDB e PFL ainda não perceberam qual é o espírito deste tempo. Os espaços para a oposição apenas retórica, ideológica, estreitaram-se muito. Há, ainda, entre as hostes oposicionistas o que eu chamaria de “vertente administrativista”, gente de bem que acredita que, sendo eficiente na governança, o resto acontece. É uma tolice passadista.
A política, em tempos de massa, supõe apelos simbólicos. E não para enganar o populacho, não. Há de ser para valer. Os tucanos, em particular, tendem a achar que questões como essa, do salário dos parlamentares, são menores, não tocam em problemas estruturais. É assim que vão se distanciando não exatamente dos “anseios do povo” (isso é um pastel de vento retórico), mas do que eu ouso chamar “bom senso”, “razoabilidade”.
O petismo, em boa parte, é pura picaretagem, já que o de verdade não é este que apela às massas, e sim aquele que aparelha o Estado. Mas o fato é que o partido despertou essa opinião pública difusa. E sabe manipulá-la. No caso do aumento, reparem que Lula — responsável indireto por ele — passa longe do imbróglio.
O BRASIL GOSTA DE TER AS MAIORES COISAS DO MUNDO
Maior rio do mundo, maior pororoca do mundo, maior conjunto de cascatas (as de água) do mundo.E também temos os maiores salários do mundo para parlamentares, ué. Ao lado, tudo pesado direitinho, da maior impunidade do mundo. Blog do Reinaldo
“O novo salário dos parlamentares é um acinte sob qualquer ângulo que se analise a questão. Num seletíssimo grupo de nações ricas, apenas nos Estados Unidos um parlamentar ganha mais que seus colegas brasileiros. São 28.000 reais lá, contra os 24.500 reais aqui.
Mas, quando se leva em conta a realidade da economia, os parlamentares brasileiros dão um banho planetário – com eles, ninguém pode. Enquanto um deputado dos Estados Unidos ganha mensalmente o equivalente a 27% do PIB per capita do seu país, o deputado brasileiro vai embolsar mais de 300%.
Um Negócio da China, que não existe nem na China. O novo salário é um escândalo também dentro da própria realidade brasileira – e, nela, dentro da política. Os deputados e senadores ganharão mais do que o presidente e governadores dos estados mais ricos do país.” Por Diego Escosteguy, na Veja: Assinante lê mais aqui
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