“VAI LOGO SUA VAGABUNDA”
"Fiquei uma semana nos Estados Unidos. Voltei neste domingo. Minha sensação é a pior possível". Por Diego Casagrande
O Brasil está pior, muito pior. Aliás, nosso país vem piorando a cada semana há décadas. Quando embarquei naquele avião no início do mês, o menino João Hélio Fernandes, de 6 anos, ainda estava vivo. Não tinha sido arrastado por 7 quilômetros preso ao cinto de segurança, enquanto deixava pedaços do corpo espalhados por vários bairros do Rio. Antes, segundo a mãe, era um menininho faceiro e brincalhão. Sorriso lindo agora só visto nas fotos. Há pouco tempo foi o outro menininho em São Paulo, fritado vivo dentro de um carro com a família. Antes tinha sido aquele outro ônibus no qual a vítima havia sido um bebê e uns outros desafortunados que estavam no lugar errado, na hora errada. E antes teve aquele, e aquele outro também.
E assim vamos em frente, vendo a barbárie tornar-se algo cotidiano, impregnado em nossa sociedade, e apenas rezando para que não chegue até nós. Mas é só. De resto, a sociedade brasileira não faz nada além. Não há um único movimento da sociedade civil organizada no sentido de conter uma das vertentes principais da criminalidade: a impunidade. É ela a grande vilã do presente e do futuro do Brasil como nação. É ela que permite à bandidagem comandar quadrilhas de dentro das cadeias, autoriza um Pimenta Neves a matar a namorada pelas costas, ser julgado, condenado, e ter a mesma liberdade que eu tenho de andar nas ruas, dirigir o meu carro e tirar um filme na locadora. É a impunidade que garante aos mensaleiros andar de cabeça erguida, como se honrados fossem, fazendo discursos no Congresso e gastando nos duty frees nas horas vagas. É também ela que joga na rua um menor delinqüente chamado Champinha, que violentou uma jovem durante três dias para depois assassiná-la com mais de 20 facadas.
E o que é a impunidade senão o reflexo cristalino do que somos como sociedade e dos valores que professamos?
A impunidade é o espelho do nosso caráter. Estamos ladeira abaixo, temos de admitir. Será difícil reverter este quadro. Uma sociedade tolerante com a safadeza gerará mais e mais safados e empulhadores. Se for tolerante com o crime, como a nossa tem sido, acabará gerando a indústria da barbárie ao estilo iraquiano nas cidades brasileiras. É um ciclo vicioso. Políticos não mexem nas leis porque amanhã podem se voltar contra eles. Amanhã, quando outros Joãos forem assassinados como cordeiros no matadouro, talvez vejamos passeatas de branco, gente segurando velas e pedindo “paz”. Como se isso comovesse os bandidos das ruas e os de Brasília. Eles só mudarão o curso no dia em que forem cercados e cobrados pela população em todos os lugares, do aeroporto ao supermercado, e de forma implacável.
Ainda no avião, quase chegando, li em um jornal a entrevista de um magistrado, orgulhosíssimo de ser um dos expoentes da “justiça alternativa”, aquela que não quer penas minimamente razoáveis porque, afinal de contas, todo o crime vem do sistema capitalista. Que coisa deprimente. O mesmo sistema capitalista que garante a ele a liberdade de adaptar livremente a Constituição, recebendo um belíssimo salário e vantagens de fazer inveja aos magistrados capitalistas norte-americanos. Mas o povo que lhe paga o salário não tem direito de ter encarcerados, longe de si, estes psicopatas assassinos. Uma gente que pode eleger presidente a partir dos 16 anos, mas não pode responder por trucidar uma criancinha indefesa. Uns monstros que com um sexto da pena voltam livres, leves e soltos para destruir mais e mais famílias por aí. Coisas de um país que está na mão de pessoas safadas, de péssimo caráter, no governo, no Congresso, no Judiciário, no jornalismo.
“Eles não têm coração. Não têm. Não têm”, disse a mãe dilacerada na televisão, arrasada para o resto da vida, horas depois de eu ter colocado os pés de volta nesta maravilhosa e sórdida terra. A mãe tentou tirar o cinto de segurança do menino, mas a maldade do bando falou mais alto. “Vai logo sua vagabunda”, gritou um deles, para depois acelerar o carro dando início à cena de terror. Qualquer um que trabalha seriamente a questão da criminologia sabe que quem comete tamanha estupidez não tem a menor condição de voltar ao convívio social. Não sente culpa, não sente remorso, não está nem aí para a vida de quem quer que seja. Tira uma vida como esmaga uma barata. É, portanto, um pária que precisa ficar confinado para não machucar mais ninguém. Nós, o povo brasileiro, sabemos disso. E queremos leis mais duras e eficazes. E queremos juízes conectados com o desejo popular. E queremos políticos menos corruptos e vagabundos. E queremos um presidente menos mentiroso. Mas o que fazemos para mudar isso?
Nem Lula e tampouco Ellen Gracie são favoráveis a mudar a lei e reduzir a maioridade penal para 16 anos. “Não adianta”, vivem repetindo do alto de seus castelos. Também não querem que assassinos cruéis fiquem mais tempo longe de de fazer as maldades que inevitavelmente farão. Partilham da opinião um punhado de juristas, professores universitários e jornalistas. Eles não comem criancinhas, apenas permitem que elas sejam esquartejadas por aí.
“Eu fico pensando... meu menino aqui... Cadê ele? Cadê ele?”, perguntava-se a mãe de João Hélio Fernandes.
Perdoe-nos dona Rosa Cristina, por sermos um país com gente tão canalha e incompetente no comando. Perdoe-nos por tudo. Porque vagabundos somos nós que continuamos tolerando esse estado de coisas.
CRIME ORGANIZADO PODE TER MATADO FILHOS E MULHER DE JUÍZ
Quatro pessoas morreram carbonizadas – três delas crianças, em acidente na Rodovia Marcelino de Almeida (SP-373), que liga as cidades de Severina e Colina, na Região de Barretos, no Norte Paulista. Este seria mais um caso insolúvel nas estatísticas de mortes em rodovias se uma interceptação telefônica casual não captasse um diálogo revelador. O Globo – Leia mais aqui.
CHINAGLIA, O INIMIGO PÚBLICO. ELE NÃO QUER PRESSA PARA O PACOTE DA SEGURANÇA -“NÃO TEMOS DE TER PRESSA”
Presidente da Câmara diz que deputados não devem vender a ilusão de que alterações penais, isoladas, vão garantir segurança pública. Segundo o presidente da Câmara, os deputados não devem vender à sociedade a ilusão de que alterações penais, tratadas de forma isolada, são capazes de garantir a segurança pública. Para ele, o Legislativo tem de envolver o Executivo na discussão e aprofundar o debate sobre o assunto. "Não temos que ter pressa”, considera. Congresso em Foco – Leia mais
MAIS FESTA COM A NOSSA GRANA
BRASIL VAI DOAR MAIS 20 MILHÕES AO ÍNDIO COCALEIRO
Sempre condescendente em relação a governos que ofendem os interesses do Brasil, o Ministério das Relações Exteriores aguarda que a Câmara aprove a doação de R$ 20 milhões ao governo da Bolívia, para “implantar política de reforma agrária” e regularizar pequenos agricultores brasileiros ameaçados de serem escorraçados do território boliviano. Tudo em nome do “fortalecimento” das relações com o país do cocaleiro Evo Morales. Claudio Humberto
PREVIDÊNCIA PIORA SOB LULA
Recém-proposta pelo governo, a nova metodologia para contabilizar os resultados do Instituto Nacional do Seguro Social aponta que o déficit da Previdência começou no primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Folha OnLine – Leia mais
BNDES VAI FINANCIAR TV DIGITAL E NOVELAS
Está pronto no BNDES estudo que cria linha de financiamento, a juros baixos, para empresas de radiodifusão comprarem equipamentos de TV digital, construírem novos prédios e produzirem novelas, minisséries, filmes e documentários.
O projeto já está sendo apresentado a executivos das TVs. Para a linha de crédito entrar em operação oficialmente, só falta o "Ok" final do Palácio do Planalto e a conseqüente aprovação da diretoria do BNDES, o que deve ocorrer em breve. O uso de recursos do banco por empresas de mídia é polêmico porque pode acarretar eventual comprometimento dessas instituições com governos.
A linha só financiará a compra de transmissores nacionais de TV digital, mas as emissoras pedem também a liberação para irradiadores importados de altas potências. Para equipamentos de captação, edição e exibição, não haverá restrições a importados.
O projeto prevê financiamento de até 90% do orçamento de novelas, minisséries, filmes e documentários quando houver parceria da rede com uma produtora independente. Quando o conteúdo for 100% produção própria da TV, o financiamento se limitará a 60%. O financiamento oficial de teledramaturgia é inédito no país. O limite será determinado pela capacidade de endividamento de cada emissora. Ilustrada da FSP
COMENTÁRIO:
Inicialmente, sobre a foto usada pelo nosso Blog, trata-se do casal Ideli Salvatti com o ministro da Defesa Waldir Pires, embalados pelo Ilê Ayê, no Clube Sideral à beira-mar durante a festança de aniversário do PT. Até mesmo o “capo” pode distribuir seus santinhos pro – anistia durante a orgia da máfia.
Portanto, decidimos usar esta foto para ilustrar o tema do Diego. “Vai logo sua vagabunda”. Enquanto aceitarmos que as Ideli(s), Angelas Guadagnin(s) e ministros dos apagões aéreos, dancem durante os velórios de nossos entes queridos, pisando, debochando dos nossos valores morais e éticos, nada mais há de se fazer neste país.
Apesar, da indignação de alguns políticos sobre a barbárie do crime ocorrido no Rio com o menino João, o chefe da casa da mãe Joana, já declarou que não se há ter pressa para alterar as leis penais deste país. Sim! A hora é de festa, de carnaval e de folia. Vamos comemorar! Nem o PúsTula-mor está com pressa. Por que os asseclas haveriam de estar?
Temos assistido aos mais horrendos e escabrosos crimes neste país, e a conversa é sempre a mesma. É só tocarmos na necessidade de se mudar as leis penais, que começam as lamentações nas rádios e TVs. Artistas, psicólogos, autoridades, padres etc. repetem feito papagaios as mesmas desculpas de sempre: falta educação e cuidar melhor na base do social.
Ninguém mais agüenta estas mesmices. Sai governo entra governo, e o povo cada vez mais criminoso e ladrão. O problema aqui, está no gene da raça do brasileiro. Portanto, leis mais duras e prisão perpétua. Principalmente, para os ladrões que se intitulam políticos e que dão o péssimo exemplo a este povo desorientado nos seus princípios morais.
Deixemos portanto as Idelis dançarem em paz com seus pares. Quem se importa que os aeroportos continuem infernais?
Enquanto isto, "a vagabunda" da história continuará sendo a mãe da vítima, e as testemunhas continuarão sendo o alvo das devassas!
VAMOS REAGIR A ESTE ESTADO DE COISAS!
ASSINE O MANIFESTO CONTRA A ANISTIA DE JOSÉ DIRCEU
Já somos a petição MAIS ASSINADA DO MUNDO no critério assinaturas/hora, conforme informação do site gopetition:
Most Active Active
Manifesto CONTRA a anistia de José Dirceu
Say No To Naming A Harlem Street After a Cop-Killer
Keep the Secondary Learning Centers Open!
Divulgue este endereço para sua relação de e-mails. Precisamos de 2 milhões de assinaturas. Vamos dizer NÃO, ao crápula do Zé Dirceu.
PETIÇÃO ONLINE - Assine aqui.
Por Gaúcho/Gabriela (MOVCC)
2 Comments:
Vejam só:
Nós (que ainda temos a capacidade de nos indignarmos) queremos penas mais duras e a diminuição da maioridade para proteção de nossos filhos, netos e de nós mesmos; Lulla, os ministros do STF e outros menos cotados, não querem, exatamente pelos mesmos motivos: proteção de seus filhos, netos e deles mesmos.
SDS.
By CAntonio, at 1:45 PM
Eles são tão imorais que, como vocês disseram, meus amigos, dançam sobre o pequeno João, sobre a dor de seus pais e a do país inteiro.
Que nojo, meu Deus!
Além de dançar e festejar enquanto o país inteiro está consternado pela barbárie, juntam-se todos, executivo, legislativo e judiciário em insólita união para defender os monstros assassinos.
Unem-se porque são incapazes até de tentar encontrar alguma solução para a criminalidade.
Unem-se porque, quando se trata da vida dos cidadãos, são igualmente indiferentes.
Não há mais autoridades neste triste país. Há apenas um bando de máquinas trabalhando pelo poder, indiferentes a qualquer outra coisa.
São igualmente monstros, piores até do que aqueles que defendem, os assassinos de crianças.
By Saramar, at 11:43 PM
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