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domingo, agosto 13, 2006

A MÍDIA INCONSCIENTE DO PCC


A organização criminosa Primeiro Comando da Capital conta com grandes e inimputáveis aliados em suas ações de guerrilha psicológica. Os editores dos principais jornais de televisão e rádio, na capital paulista, são os principais agentes inconscientes na divulgação exagerada e distorcida da atuação do PCC. A mídia está ajudando o crime politicamente organizado a vencer a chamada guerra assimétrica contra o sistema de segurança pública do Estado, que não tem velocidade e capacidade de reação imediata contra ações terroristas.

A grande imprensa trava uma guerra contra a realidade dos fatos na divulgação das isoladas ações criminosas do PCC contra o patrimônio. Manchetes do tipo “PCC volta a causar pânico em São Paulo com novos atentados”, chavões bastante comuns no noticiário de rádio e televisão, não refletem a verdade do dia-a-dia de quem vive em São Paulo. Os recentes ataques isolados da facção politizada do crime não afetaram a vida normal dos paulistanos, ao contrário do que os editores de jornalismo quiseram impor como verdade subjetiva deles, que vivem trancados no mundinho das redações.

Além de fabricar uma realidade que não é uma “verdade objetiva”, a exagerada cobertura dos eventos do PCC só serviu de propaganda para a ação pontual dos criminosos. Os editores-chefes da nossa mídia eletrônica agem como “inocentes inúteis” assessores de imprensa do PCC. Só a falta de visão política e social sobre a realidade objetiva explica por que os noticiários de rádio e tevê amplificaram a real dimensão dos atentados desta semana. Até prova em contrário, nossos famosos diretores de jornalismo não são membros honorários do PCC. Mas bem que merecem uma homenagem da facção, como agentes inconscientes na divulgação alarmista das ações de guerrilha urbana.

A mídia não discute a verdadeira intenção da organização criminosa. Seus editores-chefes preferem ignorar o conceito real de crime organizado, que é a sinistra associação objetiva de criminosos formais de toda a espécie com membros dos poderes estatais, para a prática de ações delituosas, utilizando a corrupção sobre as instituições republicanas como o principal meio para atingir seus fins. Além disso, a mídia prefere transmitir a imagem (até real) de um sistema de segurança que não funciona e que parece acuado diante da ação criminosa dos aprendizes de terroristas.

A cúpula da mídia eletrônica se limita a constatar os fatos – e não a condenar a ação criminosa. A cobertura dos telejornais prefere exagerar na descrição das imagens de destruição geradas por ações isoladas da guerrilha urbana. Falta espaço na cobertura jornalística para demonstrar que a sociedade não está satisfeita com a atuação da organização criminosa. Também carece de tempo no noticiário para mostrar que existe uma reação organizada contra o crime.

O Exército Brasileiro, por exemplo, por iniciativa de seus comandantes de área (e não por ordem direta do comando da força), já se prepara para uma reação contra a guerrilha urbana, na medida em que ela rompe com as instituições. O Comando Militar do Sudeste, em São Paulo, já tem 10 mil homens prontos para atuar na hora certa, de forma cirúrgica, contra o governo do crime. Tropas de elite da Polícia Militar participam de treinamentos intensivos, junto com o Exército, para agir brevemente, desarticulando o poder paralelo do crime organizado. Em Taubaté, onde fica a sede da aviação do Exército, não se fala de outra coisa há mais de um mês.

O mesmo plano de reação ao crime se desenvolve no Rio de Janeiro, onde o Comando Militar do Leste já testou seu planejamento tático, com ações operacionais em áreas de conflito, durante dez dias do mês de março, na bem sucedida intervenção nos morros cariocas, que teve alguns abusos de autoridade que podem ser corrigidos em futuras operações. Os militares empregaram o mesmo modelo que usaram, com algum sucesso, na ação militar no Haiti, onde o Exército e os Fuzileiros Navais atuam na Tropa de Paz das Nações Unidas. Os marginais ficaram tão sufocados que houve pressões políticas para que a intervenção militar fosse interrompida, como foi, por ordem do governo federal.

Nada custaria para a mídia amestrada lembrar que as Forças Armadas só podem ser usadas para a garantia da lei e da ordem nas hipóteses de decretação de Estado de Defesa (artigo 136), Estado de Sítio (artigo 137), intervenção federal (artigo 34, IV). Os militares também têm respaldo legal para atuar segundo previsões do artigo 15 da Lei Complementar 97/99, dentre as quais está a solicitação de estado membro da Federação.

Mas isso não significa que “a garantia da lei e da ordem” fique restrita a essas hipóteses listadas. A regra do Direito Constitucional é clara! Na verdade, a atmosfera de guerra urbana e o clamor de boa parte da população pela presença do Exército nas ruas exigem uma análise bem cuidadosa de toda a sociedade esclarecida. As Forças Armadas não são a panacéia definitiva para combater o crime organizado, dentro do conceito doutrinário que já expusemos parágrafos atrás. O buraco da organização criminosa é mais em cima e mais embaixo. Está infiltrada na cúpula e nas raízes dos poderes republicanos. “Tá tudo dominado”.

Por isso, a imprensa precisa rever o seu papel na cobertura dos “supostos ataques do PCC” e deixar claro que a organização criminosa é o verdadeiro inimigo a ser combatido e eliminado. Os agentes do PCC são meros “laranjas” de interesses pretensamente revolucionários maiores. A Polícia já prendeu em São Paulo, nos primeiros ataques deste ano, vários estrangeiros, aliados ao PCC, que fazem parte de grupos narcoguerrilheiros, como as FARC colombianas.

Os serviços de inteligência das Forças Armadas já identificaram membros das FARC e do grupo separatista basco ETA que deram treinamento aos marginais do PCC e do CV (Comando Vermelho) carioca. Agora, o que a Agência Brasileira de Inteligência investiga é “importação”, para a região da tríplice fronteira da Argentina, com o Paraguai e o nosso País, de terroristas do Hezbollah. E o mais curioso é que eles estariam chegando ao Brasil, em aviões da Força Aérea Brasileira, na leva de refugiados brasileiros da guerra entre Israel e o Líbano.

Além de não noticiar a reação contra o crime, os agentes inconscientes da mídia preferem abrir espaço para aqueles que defendem uma suposta atuação militar como solução. Não é. Os militares só podem agir cirurgicamente, em ações objetivas. E a atuação não será com o factóide da Força Nacional de Segurança – mas sim com alguns setores da tropa regular que estão em treinamento intensivo. Os militares vão agir na hora certa, em parceria com a banda saudável da Polícia Militar do Estado de São Paulo.

A organização criminosa – e seus verdadeiros comandantes - que não paguem para ver. Enquanto isso, os estrategistas das organizações criminosas contam com o apoio dos agentes inconscientes da mídia para amplificar ações de guerrilha urbana. O azar é nosso. Mas logo será deles. Por Jorge Serrão - Alerta Total.

Movimento da ordem e Vigília Contra a Corrupção